domingo, 9 de setembro de 2012

[Estudo Bíblico] SANTIDADE - Um Estudo de 1ª Pedro


A primeira carta de Pedro é uma carta especial. Não foi escrita para uma localidade, ou uma igreja específica...
Foi uma carta escrita “aos forasteiros da Dispersão”. Uma carta escrita a irmãos, possivelmente de herança gentia, que estavam dispersos, morando em províncias que sofriam com a influência do Império Romano.
Em toda a carta, predomina uma linguagem paterna e de alerta sobre como o mundo, ou os desejos da carne, podem ter repercussão em nossa vida Cristã.

Vamos estudar alguns trechos dessa carta:

I Pe 1:13-14
Por isso, cingindo o vosso entendimento, sede sóbrios e esperai inteiramente na graça que vos está sendo trazida na revelação de Jesus Cristo. Como filhos da obediência, não vos amoldeis às paixões que tínheis anteriormente na vossa ignorância;

Sede sóbrios. Não estar embriagado. Estar em pleno juízo e consciência. 
Pedro nos exorta a prepararmos o entendimento para a sobriedade. E como somos filhos da obediência não podemos mais nos encaixar no mesmo procedimento de paixões que tínhamos antes da nossa conversão, quando éramos ignorantes com respeito ao Senhor.
Quando se está no meio congregação, a santidade é fácil. O difícil é manter um padrão de santidade quando se está disperso, longe do relacionamento forte com outros irmãos, e o que é pior, perto de uma prática mundana que lembra a nossa prática antiga de falta de santidade e de paixão sensual, frutos de uma vida passada, longe do senhor.
Sede Sóbrios! Não se deixem levar! Não sejam contaminados. Enganados! Vocês são filhos da obediência!

I Pe 1:15-16
pelo contrário, segundo é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós mesmos em todo o vosso procedimento, porque escrito está: Sede santos, porque eu sou santo.

Pelo contrário! Aquele que vos chamou é “AGNUS”. Tem pureza moral. Está livre de impurezas da carne. É sagrado. É limpo. É Santo. Por isso, como Ele é Santo, vocês também devem ser santos. Também devem ser sem culpa, sem falta moral.

I Pe 1:17-18
Ora, se invocais como Pai aquele que, sem acepção de pessoas, julga segundo as obras de cada um, portai-vos com temor durante o tempo da vossa peregrinação.

Ora, se invocais como Pai aquele que é puro, é santo, é limpo, então vocês também devem ser puros, santos, limpos. Porque se Ele é o vosso pai, vocês, como filhos, devem ser como Ele é.
Andai em temor, respeitando o vosso pai e imitando-o em todas as cousas durante o tempo em que vocês estiverem fora de sua casa verdadeira. 
É necessário que a igreja entenda o seu chamado como “peregrinos” e “forasteiros”. Somos peregrinos porque aqui não é a nossa morada. Estamos de passagem. Aqui é apenas o nosso caminho. E somos forasteiros porque passamos por um povo que não é nosso, por uma cultura que não nos pertence e por apelos que não podem e não devem ter influência sobre nossas decisões.

I Pe 1:18-20
sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram, mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo, conhecido, com efeito, antes da fundação do mundo, porém manifestado no fim dos tempos, por amor de vós

Fomos comprados por um preço muito alto. Não um preço que possa ser medido pelos parâmetros humanos. Mas, um preço medido nos céus. O sangue de um cordeiro perfeito, sem nenhuma acusação.

I Pe 1:22
Tendo purificado a vossa alma, pela vossa obediência à verdade,

Tendo adquirido a purificação da vossa alma pela vossa obediência á Cristo, que é a verdade. É por causa da nossa obediência a Cristo que recebemos de Deus a purificação das nossas almas.

I Pe 2:11
Amados, exorto-vos, como peregrinos e forasteiros que sois, a vos absterdes das paixões carnais, que fazem guerra contra a alma,

Porque temos que nos privar das paixões carnais?
Primeiro porque fomos chamados por um Deus que é Santo. E como Ele é Santo eu também devo ser.
Segundo porque eu o invoco como pai. E se Ele é meu pai, eu, na qualidade de filho devo imitá-lo e ser como Ele é.

I Pe 2:21-22
Porque para isto sois chamados; Pois também Cristo padeceu por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigais as suas pisadas. O qual não cometeu pecado, nem engano algum se achou em sua boca.

Terceiro porque eu sou filho da obediência. E minha alma já foi purificada por causa dessa obediência à Cristo. E como filho da obediência eu não posso mais tomar a forma do mundo.
Quarto porque eu sou peregrino. Aqui não é meu “ponto final”. Estou aqui de passagem. Eu preciso “olhar para as coisas do alto” porque eu sou do alto.
Quinto porque eu sou forasteiro. Aqui não é minha morada. Minha cultura não é essa, meu povo não é esse.
Sexto porque eu devo me portar com temor durante essa minha caminhada.
Sétimo porque meu chamado custou um preço muito alto. Muito alto. Um preço que excede toda minha capacidade de entendimento. Um preço que não pode ser medido humanamente. Um preço muito valioso.
Mas, há um outro ponto, também muito valioso, que posso denominá-lo de “oitavo” ponto. Talvez a base de toda a carta de Primeira Pedro. Talvez a chave principal dessa carta e dessas verdades.
Pedro começa a carta afirmando:
Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua muita misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos (I Pe 1:3)
“Nos gerou de novo”. Fomos gerados de novo. Somos nova criatura. Paulo, na sua carta aos romanos (7:1-4) afirma que a lei tem domínio sobre o homem enquanto ele vive. E usa o casamento como um exemplo, alegando que a mulher está ligada ao marido enquanto ele estiver vivo, mas, quando ele morre ela fica desobrigada da lei conjugal e pode contrair novas núpcias. E Paulo conclui esse pensamento afirmando: “Assim, meus irmãos, também vós estais mortos...para que sejais de outro...para que pertençam aquele que ressurgiu dentre os mortos”.
“Nos gerou de novo!” Somos outra criatura. Uma nova criatura. Como podemos voltar à manter um casamento que não existe mais porque o marido morreu? Como podemos voltar à prática de coisas que não fazem mais parte de nossa nova natureza?
No verso 13 do Cap 01, Pedro começa suas exposições afirmando “por isso”. Por isso o que? Por causa dessa nova criatura, por causa do novo nascimento, porque fostes “gerado de novo” é que vocês devem preparar o entendimento e serem sóbrios na vossa caminhada. Sendo Santos, sendo puros, como é santo e puro o vosso pai! Por causa desse novo nascimento vocês são peregrinos e forasteiros e não pertencem mais a esse mundo. Por causa do fato de terem sido gerados de novo vocês devem se despojar de toda maldade, de hipocrisia, inveja e de toda sorte de maledicência. (2:1)
Por causa dessa nova vida vocês foram proclamados raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus. (2:9)
Porque vocês não eram povo. Mas agora são. (2:10).
Agora vocês podem manter exemplar o vosso procedimento no meio dos gentios (2:11). Vocês agora podem se submeter ás autoridades (2:13-15). Os servos podem obedecer aos patrões (2:18). As mulheres podem ser submissas aos maridos (3:1). Os maridos podem amar as esposas (3:7). Podemos ser compassivos, amorosos, misericordiosos, humildes, bendizentes...(3:8-9).
Porque nascemos de novo.

I Pe 1:23
pois fostes gerado de novo não de semente corruptível, mas de incorruptível, mediante a palavra de Deus, a qual vive e é permanente
Pois fostes gerados de novo.

I Pe 4:2
Para que no tempo que vos resta na carne, não vivais mais segundo as concupiscências dos homens, mas segundo a vontade de Deus.

I Pe 5:7
Ora, o fim de todas as coisas está próximo; sede, portanto, criteriosos e sóbrios.
Ora, aquele que é poderoso para fazer infinitamente mais, nos conceda a graça da revelação dessas cousas e nos faça vislumbrar a beleza dessa nova vida em Cristo.

Autor: Paulo Ricardo

sábado, 8 de setembro de 2012

[Esboço para pregação] A GRANDE DIFERENÇA - 1 Pedro 4.1-5

Introdução:
No mundo em que vivemos encontramos profundas diferenças sociais, econômicas e culturais. Uns moram em lindas mansões, enauqnto outros em favelas. Uns gastam boa parte da vida adquirindo cultura, enquanto outros permanecem analfabetos. Tais diferenças não farão nenhum sentido após a morte. No plano espiritual, entretanto, há uma diferença entre os que fazem a vontade de Deus e os que a rejeitam, direfença que continuará por toda a eternidade.

I. Somos direferentes porque sofremos com Cristo
1. Cristo sofreu na carne - v. 1
2. Cristo já cessou do pecado - v. 1
3. Cristo levou os nossos pecados - 1 Pedro 2.24

II. Somos diferentes porque vivemos com Cristo
1. Remindo o tempo que nos resta - v. 2
2. Renunciando à carne - vs. 2-3
3. Praticando a vontade de Deus - v. 2

III. Somos diferentes porque não seremos condenados
1. Os perdidos terão de prestar contas - v. 5
2. Os salvos não serão condenados - Romanos 8.1
3. Por fim, a diferença será bem acentuada - Malaquias 3.17-18

Conclusão:
O mundo não entende a diferença entre os que servem a Deus e os que não o servem. Eles estranham o fato de não concorrermos com eles no mesmo desenfreamento de dissoluções (v. 4), e por isso nos odeiam (João 15.18-19).

[Esboços para pregação] A GRANDE VITÓRIA - 1 João 5.4-5

Introdução:
Estamos vivendo numa época em que as pessoas lutam todas as suas forças e usam de todos os meios para vencer. Esta luta, contudo, não é o bom combate da fé, e o resultado final não será a verdadeira vitória. Somente o cristão verdadeiro luta a boa luta por conhecer o segredo da grande vitória.

I. Quem vence o mundo?
1. O que é nascido de Deus - v. 4; João 1.13
2. O que é nascido da água e do Espírito - João 3.3-5
3. O que crê que Jesus é o Filho de Deus - v. 5

II. Qual é a grande vitória?
1. É a nossa fé (v. 4), através da qual recebemos:
a. A remissão de pecados num mundo pecaminoso - Atos 10.43
b. A paz num mundo conturbado - Romanos 15.13
c. A alegria num mundo triste e angustiado - 1 Pedro 1.8
d. O descanso num mundo agitado - Hebreus 4.3; Mateus 11.28-29
e. A esperança num mundo desesperançado - Romanos 15.13
2. Todas as coisas num mundo de escassez - Mateus 21.22
3. A vida eterna num mundo de morte - João 5.24

Conclusão:
Somente a fé verdadeira dos que nasceram de Deus produz a grande vitória sobre a carne, o mundo e o diabo.

sábado, 10 de março de 2012

[Cristianismo] A Fé Cristã

I- Definição da Palavra

A simples fé implica uma disposição de alma para confiar noutra pessoa. Difere de credulidade, porque aquilo em que a fé tem confiança é verdadeiro de fato, e, ainda que muitas vezes transcenda a nossa razão, não lhe é contrário. A credulidade, porém, alimenta-se de coisas imaginárias, e é cultivada pela simples imaginação. A fé difere da crença porque é uma confiança do coração e não apenas uma aquiescência intelectual. A fé religiosa é uma confiança tão forte em determinada pessoa ou princípio estabelecido, que produz influência na atividade mental e espiritual dos homens, devendo, normalmente, dirigir a sua vida. A fé é uma atitude, e deve ser um impulso.

A fé cristã é uma completa confiança em Cristo, pela qual se realiza a união com o Seu Espírito, havendo a vontade de viver a vida que Ele aprovaria. Não é uma aceitação cega e desarrazoada, mas um sentimento baseado nos fatos da Sua vida, da Sua obra, do Seu Poder e da Sua Palavra. A revelação é necessariamente uma antecipação da fé. A fé é descrita como "uma simples mas profunda confiança Naquele que de tal modo falou e viveu na luz, que instintivamente os Seus verdadeiros adoradores obedecem à Sua vontade, estando mesmo às escuras". A mais simples definição de fé é uma confiança que nasce do coração.

II- A Fé no AT

A atitudes para com Deus que no NT a fé nos indica, é largamente designada no AT pela palavra "temor". O temor está em primeiro lugar que a fé; a reverência em primeiro lugar que a confiança. Mas é perfeitamente claro que a confiança em Deus é princípio essencial no AT, sendo isso particularmente entendido naquela parte do AT, que trata dos princípios que constituem o fundamento das coisas, isto é, nos Salmos e nos Profetas. Não es está longe da verdade, quando se sugere que o "temor do Senhor" contém, pelo menos na sua expressão, o germe da fé no NT. As palavras "confiar" e "confiança" ocorrem muitas vezes; e o mais famoso exemplo está, certamente, na crença de Abraão (Gn 15.6), que nos escritos tanto judaicos como cristãos é considerada como exemplo típico de fé na prática.

III- A Fé, nos Evangelhos
Fé é uma das palavras mais comuns e mais características do NT. A sua significação varia um pouco, mas todas as variedades se aproximam muito. No seu mais simples emprego mostra a confiança de alguém que, diretamente, ou de outra sorte, está em contato com Jesus por meio da palavra proferida, ou da promessa feita. As palavras ou promessas de Jesus estão sempre, ou quase sempre, em determinada relação com a obra e a palavra de Deus. Neste sentido a fé é uma confiança na obra, e na palavra de Deus ou de Cristo. É este o uso comum dos três primeiros Evangelhos (Mt 9.29; 13.58; 15.28; Mc 5.34-36; 9.23; Lc 17.5,6). Esta fé, pelo menos naquele tempo, implicava nos discípulos a confiança de que haviam de realizar a obra para a qual Cristo lhes deu poder; é a fé que opera maravilhas. Na passagem de Mc 11.22-24 a fé em Deus é a designada. Mas a fé tem, no NT, uma significação muito mais larga e mais importante, um sentido que, na realidade, não está fora dos três primeiros Evangelhos (Mt 9.2; Lc 7.50): é a fé salvadora que significa salvação. Mas esta idéia geralmente sobressai no quarto evangelho, embora seja admirável que o nome "fé" não se veja em parte alguma deste livro, sendo muito comum o verbo "crer". Neste Evangelho acha-se representada a fé, como gerada em nós pela obra de Deus (Jo 6.44), como sendo uma determinada confiança na obra e poder de Jesus Cristo, e também um instrumento que, operando em nossos corações, nos leva para a vida e para a luz (Jo 3.15-18; 4.41-53; 19.35; 20.31, etc). Em cada um dos evangelhos, Jesus proclama-Se a Si mesmo Salvador, e requer a nossa fé, como uma atitude mental que devemos possuir, como instrumento que devemos usar, e por meio do qual possamos alcançar a salvação que Ele nos oferece. A tese é mais clara em João do que nos evangelhos sinóticos, mas é bastante clara no último (Mt 18.6; Lc 8.12; 22.32).

IV- A Fé, nas Cartas de Paulo
Nós somos justificados, considerados justos, simplesmente pelos merecimentos de Jesus Cristo. As obras não tem valor, são obras de filhos rebeldes. A fé não é uma causa, mas tão somente o instrumento, a estendida mão, com a qual nos apropriamos do dom da justificação, que Jesus pelos méritos expiatórios, está habilitado a oferecer-nos. Este é o ensino da epístola aos Romanos (3 a 8), e o da epístola aos Gálatas. Nos realmente estamos sendo justificados, somos santificados ela constante operação e influência do Santo Espírito de Deus, esse grande dom concedido à igreja e a nós pelo Pai por meio de Jesus. E ainda nesta consideração a fé tem uma função a desempenhar, a de meio pelo qual nos submetemos à operação do E. Santo (Ef 3.16-19).

V- Fé e Obras
Tem-se afirmado que há contradição entre Paulo e Tiago, com respeito ao lugar que a fé e as obras geralmente tomam, e especialmente em relação a Abraão (Rm 4.2; Tg 2.21).

Fazendo uma comparação cuidadosa entre os dois autores, acharemos depressa que Tiago, pela palavra fé, quer significar uma estéril e especulativa crença, uma simples ortodoxia, sem sinal de vida espiritual. E pelas obras quer ele dizer as que são provenientes da fé. Nós já vimos o que Paulo ensina a respeito sa fé. É ela a obra e dom de Deus na sua origem, e não meramente na cabeça; é uma profunda convicção de que são verdadeiras as promessas de Deus em Cristo, por uma inteira confiança Nele; e deste modo a fé é uma fonte natural e certa de obras, porque se trata duma fé viva, uma fé que atua pelo amor (Gl 5.6).

Paulo condena aquelas obras que, sem fé, reclamam mérito para si próprias; ao passo que Tiago recomenda aquelas obras que são a conseqüência da fé e justificação, que são, na verdade, uma prova de justificação. Tiago condena uma fé morta; Paulo louva uma fé viva. Não há pois, contradição. A fé viva, a fé que justifica e que se manifesta por meio daquelas boas obras, agradáveis a Deus, pode ser conhecida naquela frase já citada: "a fé que atua pelo amor".

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Fonte: Dicionário Bíblico Universal

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