domingo, 24 de abril de 2011

[Cristologia] A Ressurreição de Cristo


A Ressurreição de Cristo – Estabelecendo a Importância

A ressurreição de Cristo é a parte principal da fé cristã - o acontecimento histórico sobre o qual a doutrina cristã se firma ou cai. O apóstolo Paulo deixa isso claro em sua primeira carta aos Coríntios: "E, se não há ressurreição de mortos, também Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé. Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens" (1 Coríntios 15:13-14,19).

De fato, o Novo Testamento insiste que a crença na ressurreição corporal de Cristo é uma condição necessária da fé cristã - que ninguém pode ser salvo longe dessa crença. Esta insistência é encontrada em versos como Romanos 10:9: "Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo."

A importância da ressurreição de Cristo é demonstrada também na frequência e entusiasmo com que era pregada à medida que a igreja primitiva crescia (por exemplo, Atos 2:31, 4:33, 17:18, 26:23). Quase todo testemunho público do Evangelho aponta para a ressurreição de Cristo como a esperança de salvação para todos os que desejam ser salvos.

A Ressurreição de Cristo – Simplificando o Assunto

A crença individual na ressurreição de Cristo (ou sua ausência) pode geralmente ser resumida nas respostas a três perguntas:

  1. Será que realmente Cristo morreu na Cruz? Em primeiro lugar, a ressurreição de Cristo é claramente impossível se ele não morreu.
  2. Se Cristo morreu na cruz, o túmulo realmente apareceu vazio? Novamente, a questão aqui é óbvia - sem um túmulo vazio, o conceito da ressurreição não pode se desenvolver.
  3. Se o túmulo estava vazio, como é que sabemos que a ressurreição de Cristo foi o motivo? Houve alguma aparição pós-ressurreição? Se puder ser demonstrado que Cristo morreu e foi colocado em um túmulo que apareceu vazio, é razoável esperar algum tipo de farsa - a menos, claro, que Jesus tenha aparecido a indivíduos ou grupos de indivíduos após o túmulo vazio ter sido descoberto.


A Ressurreição de Cristo – A Defesa

Será que Cristo realmente morreu na Cruz?

Embora a "teoria do desmaio" (que Cristo não morreu na cruz, mas desmaiou e mais tarde reviveu no túmulo) tenha recebido credibilidade em momentos diferentes da história moderna, uma análise cuidadosa da teoria revela suas falhas. Em primeiro lugar, a natureza do espancamento que Jesus recebeu antes de ser pregado na cruz teria sido suficiente para fazê-lo entrar em choque. O chicote de couro trançado --- correias interligadas com bolas de metal e pontas de ossos afiados - usado pelos soldados romanos teria muito provavelmente quebrado e rasgado a pele, penetrando o osso. Jesus estava em uma condição tão crítica que provavelmente sofreu algum tipo de colapso enquanto carregava a Sua cruz ao Calvário - forçando os soldados do governador a pedir que Simão ajudasse Cristo a transportar a sua cruz (Mateus 27:32, Marcos 15:21; Lucas 23: 26). Os soldados romanos eram muito bons no que faziam, e deixar de executar a crucificação devidamente poderia fazer com que perdessem suas próprias vidas. Podemos, portanto, ter certeza de que eles estavam corretos na sua avaliação da morte de Jesus (João 19:33). De fato, um dos soldados "furou o lado com uma lança" (v. 34), a fim de garantir que Cristo tinha realmente morrido.

O último argumento contra a teoria do desmaio baseia-se na resposta dos apóstolos às aparições de Cristo após a Sua ressurreição. Se Ele tivesse apenas desmaiado, e de algum modo reavivado no ar frio do túmulo, ele estaria em condição terrível. Dada a gravidade do espancamento como descrita acima, ele teria necessitado semanas, talvez meses, para se recuperar. Certamente um homem neste estado não teria inspirado os discípulos, assustados e dispersos depois de Jesus ter sido capturado, para pregar sua ressurreição com uma ousadia e coragem que muitas vezes colocaram suas próprias vidas em perigo!

O túmulo de Cristo estava realmente vazio?

O fato de que o túmulo estava realmente vazio é incontestável. O primeiro indicador é a reação das autoridades judaicas quando ouviram dos discípulos que Jesus havia ressuscitado dentre os mortos. Em vez de produzir o corpo, ou talvez organizar uma busca pelo corpo, eles subornaram os soldados que tinham guardado o túmulo (Mateus 28:11-15). Em outras palavras, em vez de refutar as afirmações dos discípulos, eles simplesmente as rejeitaram. Paulo também defende o túmulo vazio em 1 Coríntios 15:6, quando ele menciona a aparência de Jesus para 500 indivíduos, "dos quais vive ainda a maior parte." Já que as testemunhas oculares ainda estavam vivas, teria sido tolo de sua parte fazer tal alegação se não tivesse certeza de sua veracidade.

Será que Cristo apareceu a mais alguém após a sua morte?

Há muito testemunho bíblico das aparições independentes de Cristo a mais de 500 indivíduos diferentes após a sua ressurreição. Na realidade, as narrativas sobre a ressurreição listam cerca de 12 aparições diferentes de Cristo, começando com Maria Madalena e terminando com o apóstolo Paulo. Essas aparições não podiam ter sido alucinações, devido à variedade de situações e ao número de pessoas envolvidas - não existe tal coisa como uma "alucinação em grupo". Além disso, essas aparições foram de natureza física e tangível, como evidenciado pelas ações de Cristo (por exemplo, comer com os discípulos e sugerir que eles tocassem sua face e mãos). Seu corpo ressurreto, apesar de imortal, foi sem dúvida um corpo físico.

As respostas às perguntas acima têm como o objetivo fornecer provas diretas da veracidade histórica da ressurreição de Cristo. Neste ponto, pode ser útil perguntar se há evidências indiretas a favor da sua ressurreição.

A Ressurreição de Cristo – O Impacto em Seus seguidores

A evidência indireta mais forte da ressurreição de Cristo envolve a transformação de Seus discípulos. No tempo da morte de Jesus, os discípulos estavam dispersos (apenas João esteve presente na crucificação), assustados (Pedro negou Jesus três vezes por medo de tornar pública sua associação com Jesus) e céticos (os dois discípulos na estrada de Emaús duvidaram mesmo quando estavam falando com Jesus; Tomé exigiu provas físicas antes de acreditar). É altamente improvável que um grupo neste triste estado de repente se juntasse para iniciar uma igreja que perdura até hoje; essa transformação é muito mais provável se tivesse sido causada por uma experiência com o Cristo ressurreto. O que mais pode explicar a ousadia e a coragem de um grupo que inicialmente se escondia em segredo (João 20:19)?

Outras evidências indiretas podem ser encontradas na ênfase do ensino apostólico. Em vez de se concentrar em um dos ensinamentos de Jesus do Sermão da Montanha, por exemplo, eles proclamavam a ressurreição de Cristo. De fato, dentro de semanas depois da morte de Cristo, os apóstolos davam "com grande poder, testemunho da ressurreição do Senhor Jesus" (Atos 4:33). Encontros repetidos com o Cristo ressurreto proporcionam a melhor explicação do motivo por que esse tema é mencionado tão frequentemente.

À medida que os apóstolos proclamaram a ressurreição de Cristo, a igreja primitiva cresceu rapidamente. Como uma ramificação do judaísmo - uma religião altamente comprometida ao monoteísmo - é surpreendente que eles iriam defender a divindade de Cristo, orar a ele como Senhor e batizar em seu nome! A ressurreição corporal de Cristo, juntamente com a vinda do Espírito Santo, é novamente a melhor explicação para isso.

A Ressurreição de Cristo – Respostas às objeções

Muitas acusações têm sido feitas contra a veracidade das narrativas da ressurreição. Embora algumas delas tenham sido brevemente tratadas no presente artigo, há pelo menos mais uma que é comum o suficiente para justificar um estudo mais atento.

As narrativas sobre a ressurreição se contradizem. Se você já escutou essa acusação, ou se for uma dúvida que você já teve, você pode pensar de antemão em uma ou duas contradições específicas? Se não, tenha em mente que uma oposição sem apoio específico é apenas uma declaração sem provas! Honestidade intelectual requer que uma declaração assim, se for utilizada em debate, deve ser pelo menos sustentada com exemplos.

Supondo-se que esses exemplos tenham sido fornecidos, é necessário uma olhada mais de perto. As principais passagens em questão são Mateus 28, Marcos 16, Lucas 24 e João 20-21, assim como Atos e 1 Coríntios. Um exercício útil, mesmo que você não tenha preocupações em relação à harmonia destas narrativas, é tentar fazer uma reconciliação desses textos depois de uma cuidadosa comparação de cada passagem. Isso deve deixar claro que, enquanto as narrativas sejam diferentes em pequenos detalhes, elas não se contradizem em qualquer sentido da palavra. Na verdade, elas são complementares e parecem concordar e discordar umas com as outras da mesma forma que qualquer outro conjunto de narrativas independentes fariam, se tivessem sido produzidas por testemunhas perturbadas por terem presenciado uma ocorrência tão traumática. Esperamos que um exemplo será suficiente para mostrar a sua natureza complementar. Mateus 28:1 lista Maria Madalena como sendo a primeira a ver o Cristo ressurreto, enquanto Paulo, em 1 Coríntios 15:5, lista Pedro como a primeira testemunha da ressurreição. Esta aparente contradição é facilmente conciliada quando a finalidade da narrativa de Paulo é bem compreendida. Nesta carta em particular, ele está defendendo a ressurreição de um ponto de vista oficial e jurídico e, por isso, ele nos dá uma lista oficial das testemunhas (as mulheres não seriam incluídas neste ambiente cultural, uma vez que seu depoimento não seria permitido em um tribunal). Faz sentido, então, que ele menciona Pedro como a primeira testemunha oficial da ressurreição.

A Ressurreição de Cristo – Conclusão

A discussão anterior é apenas um breve tratamento das evidências a favor da ressurreição e das acusações contra a ressurreição física e histórica de Cristo. Esperamos que nossa abordagem tenha sido útil para lidar com quaisquer objeções que possam surgir (como uma ressurreição não física, ou que as aparições eram apenas visões). Lembre-se que a primeira resposta deve ser uma análise honesta e objetiva das próprias narrativas. Talvez uma abordagem desse tipo o ajudará a dar um passo mais perto de "acreditar em seu coração que Deus o ressuscitou dentre os mortos"!

Fonte:
http://www.allaboutjesuschrist.org/portuguese/a-ressurreicao-de-cristo.htm
http://www.allaboutjesuschrist.org/portuguese/a-ressurreicao-de-cristo-2.htm

Um comentário:

  1. Dentre varios elementos na mesa da pascoa judaica, tinhamos lá o cordeiro, sacrificado, facil para todos verem. Jesus se levantou da mesa da pascoa, ressuscitou, e quando João Evangelista chorava copiosamente, um dos anciãos pôs a mão em seu ombro e disse: Não chores, eis aí o Cordeiro de Deus, q morreu e ressuscitou, que é digno de abrir o livro e desatar seus sete selos.

    Grande abraço,

    Pr.Charles Maciel Vieira
    http://palavraeteologia.blogspot.com

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