Todos os males da sociedade, sejam financeiros, políticos, trabalhistas, escolares ou religiosos têm a sua origem no coração do homem. Sabemos como é o coração do homem (Jer. 17:9; Rom 3:10-23). A instituição que Deus estabeleceu, ainda no jardim do Éden, que ajuntou duas pessoas em maneiras especificas para ser uma unidade é o que chamamos de família. O ambiente que é formado pelo amor exercitado entre todos da família cria o que chamamos de “o lar”. O lar tem suma importância na vida humana pois é o berço de costumes, hábitos, caráter, crenças e morais de cada ser humano, seja no contexto mundial, nacional, municipal ou familiar. Então, podemos dizer, como vai o lar vai o mundo, e também, o que é bom para a família é bom para o mundo.
Tal lar, tal mundo
Reconhecendo a existência e influência do pecado, sabemos que todos os lares não estão operando com as mesmas regras e propósitos com os quais um lar cristão opera. Aprender o que a Bíblia ensina sobre o assunto do lar é uma garantia que atingiremos o alvo o que Deus tem para nós na relação de família.
I. CASAMENTO
Gênesis 2:18, “E disse o SENHOR Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora idônea para ele.”
Temos que ver primeiramente o porquê do casamento antes que possamos formular uma atitude certa e bíblica de divórcio. Nos estudos anteriores O Que Diz a Bíblia Sobre a Origem e Amor do Lar, O Que Diz a Bíblia Sobre o Homem do Lar, O Que Diz a Bíblia Sobre a Mulher do Lar e O Que Diz a Bíblia Sobre os Filhos do Lar temos aprendido o quê o casamento é. Temos visto a relação entre a vontade e desígnio de Deus e a responsabilidade do homem no casamento. Queremos entender agora o porquê do casamento. Queremos responder a pergunta: Porque Deus achou bom criar a mulher para o homem?
Respondendo a esta pergunta vamos, por necessidade, recapitular alguns fatos importantes enquanto adicionamos fatos complementares a esses.
A. Instituição Divina
1. O que o casamento é.
Entendendo o que é que Deus ajuntou podemos perceber o que é que Ele não fez, especificamente, o divórcio. Vamos entender o que o casamento é:
a. União divina - “Deus tem ajuntado” Matéus 19:6, “Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem.” Casamento não é invenção de homem nenhum, nunca foi. Foi Deus que ajuntou o homem e a mulher mesmo antes do pecado (Gên. 2:21, 22, “formou”; I Cor 7:7, “dom”; I Tim 4:3, “criou”). Se podemos concluir que o casamento é uma instituição de Deus não devemos tratá-lo como se fosse do homem usando a sabedoria do homem para o ‘melhorar’, manipular ou regulamentar. Deus tem dado a Sua palavra sobre o assunto e é essa que queremos e devemos seguir.
b. União perfeita. O casamento pela Bíblia simboliza relacionamentos perfeitos e nisso podemos ver que casamento não s ”falta algo”. Quando Deus fez o casamento Ele o fez com a mesma perfeição quanto fez a luz, a terra seca, sistemas solares, animais, etc. Quando a relação de casamento é usada para representar algo, as qualidades do casamento estão vistas naquilo que é representado. Estude bem o relacionamento nestas duas maneiras que casamento é usado para simbolizar uma verdade: · Deus pai e Israel - Isa 54:5; Jer 3:14 · Deus Filho e a Igreja local - Efés 5:23-32
c. União permanente na terra Sempre terá o casamento na terra. Foi iniciado por Deus e continuará aqui na terra até a segunda vinda de Cristo (Lucas 17:26, 27). No céu não terá casamento (Mar 12:25). Gên. 2:24 diz que há relacionamentos temporários aqui na terra (“deixará o homem o seu pai e a sua mãe”), e há relacionamentos permanentes também ( o homem “apegar-se-á à sua mulher”). Relacionamento de filho/pais ou filha/pais é temporário pois no casamento é necessário o que está se casando ‘deixar’ os pais. Mas, no casamento, quem está se casando ‘apegar-se-á’ para nunca mais ‘deixar’.
d. União importante: Alicerce da sociedade Antes de qualquer outra instituição, o lar foi instituído. Isso quer mostrar que tudas as ramificaçoes da sociedade que surgiram, tem a família como o alicerce. Nada o que viria depois entraria em contradição com a primeira. Tudo foi estruturado dentro do contexto da família.
e. União contratual. Em Ezequiel 16:8, um dos símbolos do casamento (Deus pai com Israel) há o entendimento de contrato nas palavras “juramento” e “aliança” (ver também Malaquias 2:14). No casamento atual entre Rute e Boaz pode se ver testemunhas e algo feito para confirmar o negócio do casamento (Rute 4:2, 7-13).
Vendo as verdades acima relacionadas pode ser concluído o que se passa hoje por casamento ou é ignorância ou é nada mais que uma invenção conveniente do homem para exercer prazeres desordenados sem assumir nenhuma responsabilidade. É a vontade de Deus que o homem e mulher casados, que são chamados por Deus para serem casados, andem como Deus os designou andarem entre as suas responsabilidades enquanto estiverem aqui na terra (I Cor 6:15-20; II Cor 6:14-18). Só assim alguém pde conhecer as bênçãos de Deus no lar.
2. O que o casamento não é.
Vendo o lado negativo de qualquer assunto ajudará entender o que qualquer assunto realmente é. Queremos examinar o que o casamento não é para formular então uma atitude certa do que é divórcio e qual pensamento devemos ter diante o assunto. Há muitas opiniões sobre o casamento desde muito liberal ao lado muito conservador.
a. Instituição para procriar
Muitos acham que casamento foi uma maneira moral inventada para que o mandamento de Deus de “frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra” (Gên. 1:28) fosse possível. É certo e lógico o que diz que procriação fora de casamento é imoral mas não é certo o raciocino que diz que casamento foi instituído para não ser pecaminosa a geração de filhos.
A conseqüência nunca deve ser considerada a causa
b. Instituição para legalizar o sexo
Casamento também não pode ser igualado à moralização de sexo. Não há moralidade de sexo fora de casamento é certo, mas pode ter casamento sem a pratica de sexo. O exemplo disso é de José e Maria. Eram casados legitimamente mas José “não a conheceu até que deu à luz seu filho, o primogênito” (Matéus 1:24). Se relações conjugais não fazem um casamento ser verdadeiro então as mesmas não podem anular um também. Um fator menor de casamento não pode ser a causa maior. Casamento é algo além de procriação ou de sexo.
3. O Porque do Casamento
A resposta da pergunta, “porque Deus instituiu o casamento?”, pode ser nas próprias palavras de Deus em Gênesis 2:18, “E disse o SENHOR Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora idônea para ele.” (Ver também v. 24,25). Além da glória de Deus companheirismo é a razão principal de casamento ser instituído.
Não é bom que o homem esteja só
Em geral tanto o homem quanto a mulher são criados por Deus com uma necessidade de ter um ao outro e os dois glorificar a Deus. Quando um não tem o que complementa, há solidão e um vazio. Deus falou que esta solidão não era boa. Foi por isso que criou o cônjuge e instituiu o casamento. Todo demais que muitos confundem com casamento (procriação, sexo, abertura um com o outro em todos os aspetos) vem como fruto de uma pessoa achar o companheirismo no seu cônjuge que Deus intentou que achasse. Em Provérbios 2:17 é dito que a mulher estranha “deixa o guia da sua mocidade”. A palavra “guia” vem duma palavra hebraica que quer dizer familiar, amigo ou amansado (domesticado) e mostra pelos significados das palavras uma intimidade sincera (Strongs #441). É exatamente esse o propósito do casamento aos olhos de Deus. A mulher precisa esta intimidade tanto quanto o homem, pois quando essa mulher deixou o “guia”, ela deixou a sua intimidade. Não é bom para homem ou mulher ser sem essa intimidade. Em Malaquias 2:14 é dito que o homem deixou “a mulher da tua mocidade” e diz que ela era “a tua companheira”. Essa é a única vez no Velho Testamento que essa palavra hebraica é usada e significa consorte bem como o navio que navega junto com outro. Significa associação e outras palavras que entendem uma união intima (Strongs #2278 e Novo Michaelis). Outra vez a Bíblia mostra que casamento tem na sua alma a idéia de companheirismo, que é uma associação que atua no interior de um ser humano.
4. As Bençãos de Casamento
Quando os pretendentes consideram o casamento, eles o fazem para o seu próprio benefício. Estes mostram uma atitude de submissão ao exemplo Bíblico para duas pessoas conviverem e abre-se para elas o ambiente apropriado para receberem tudo o que um casamento pode ser. Casamento é venerado (Heb 13:4), abençoado (Sal 128:1-3) e a cerimonia de casamento Jesus assistiu pessoalmente (João 2:1,2) mostrando o seu agrado no assunto. Os que querem viver juntos diferente do que a maneira bíblica é vista por Deus como prostituição e adultério, dos quais Deus julgará (Heb 13:4). Não pode melhorar a maneira com qual Deus ajuntou o homem e mulher.
No Casamento:
Aquilo que promove companheirismo deve ser praticado
Aquilo que destrua companheirismo deve ser evitado
II. O PECADO DO HOMEM
O homem, desde o pecado de Adão, tem uma natureza pecaminosa. Essa natureza leva ele a não entender a maneira de Deus (I Cor 2:14). O seu coração enganoso (Jer 17:9) faz que ele dê aos seus próprios pensamentos a preeminência sobre os de Deus. Veja também Isa 1:6; Rom 3:10-18.
A. Pecado é a Causa de Divórcio
Nos casos de todos os divórcios na Bíblia (há muitos) não há outra razão de divórcio senão o pecado.
1. No Velho Testamento
A Lei não permitiu divórcio (Deut. 22:13-21). A parte infiel foi morta pelo apedrejamento. Depois, evidentemente por causa da insistência do povo, o divórcio foi permitido com qualificações. Em todo caso, foi só por causa de pecado (Deus 24:1-4, “coisa indecente”). Outros casos de divórcio para estudar: Esdras 10:2-3, 18-19, 44; Isa 50:1
2. No Novo Testamento
Mat. 5:31,32 , “por causa de prostituição” Mat. 19:8, “por causa da dureza dos vossos corações” “Dureza de coração” significa um coração duro, seco; destituição de percepção espiritual - (#4641) Strongs. Outros casos que tratam este assunto para estudar: Mar 10:2-12; Lu 16:18; I Cor 7:11,12
B. Divórcio é Instituição Humana
O casamento foi feito por Deus como a primeira instituição na terra. É uma instituição perfeita, permanente na terra, o alicerce da sociedade e uma união contratual. O homem, por causa da falta de percepção espiritual, deturpou o que era perfeito. O divórcio foi o resultado. O que o homem inventa, tem imperfeições. O divórcio causa tristezas, cicatrizes emocionais, males na sociedade, corrupção das outras instituições da qual o homem está envolvido, tais como governo, igreja, escola, etc. Por causa da dureza dos corações dos homens, o divórcio tem sido feito uma realidade, não só em nossos dias, mas também nos dias da Bíblia, sim, mesmo no tempo de Moisés. Quando tratamos do assunto de divórcio, devemos lembrar que a causa dele é pecado. Não é um estilo diferente de vida conjugal criado por Deus ou uma opção que é permitida por Ele que alguém pode escolher se achar conveniente. “Porque o SENHOR, o Deus de Israel diz que odeia o repúdio” Mal 2:16.
O Que Causa Divórcio é Pecado mas Todo Caso de Divórcio Não é Pecado
III. DIVÓRCIO
A. A Atitude Certa
1. A Atitude Bíblica de Divórcio
Deus odeia todo divórcio: “O SENHOR, o Deus de Israel diz que odeia o repúdio,” Mal 2:16
Divórcio é instituição do homem: “ao princípio não foi assim,” Mat. 19:8
Paz, entre o casal, é o alvo de Deus: “mas Deus chamou-nos para a paz.” I Cor 7:15
Se olhamos ao divórcio como o homem o vê, perderemos a seriedade tanto do assunto do casamento quanto do divórcio. É necessário que o casal que quer viver para a glória de Deus não tenha na mente a separação moderna e temporária ou o divorcio como uma opção viável na solução dos problemas da sua vida conjugal. É essencial para ter as bênçãos de Deus ter a mesma atitude de Deus sobre o divórcio.
2. A Atitude Bíblica dos Divorciados
É saudável também ter a mesma atitude de Deus sobre os divorciados. Há perdão, salvação, eternas bênçãos e graça inefável da parte de Deus para estes (Lembre-se do exemplo de Davi, um adúltero e homicida. Deus o perdoou e o usou grandiosamente na terra. Davi até é parente de Cristo). Tanto Deus odeia o pecado quanto Ele odeia o divórcio. Tanto Deus ama o pecador que se arrepende quanto Ele ama o divorciado que se arrepende. O João 3:16 é para todos os que se arrependem. Ver Eés 2:2,3. As vezes fazemos distinção de pecados que a Bíblia não faz. Seria certo aceitar em nossa comunhão com menos problema um homicida, ladrão, etc., que um divorciado? É certo colocar um(a) divorciado(a) num nível de caráter mais baixo que aquele que vive fazendo adultério no seu coração (Mat. 15:18,19)? Se Deus por Cristo perdoou e salvou gloriosamente a mulher Samaritana que tinha cinco maridos, não podemos fazer menos (João 4:18). É amor amadurecido que tenta olhar como Deus olha nos pecados dos outros - todos os pecados dos outros.
3. A Atitude Bíblica de Deus e o Divórcio
Há um tratamento que a Bíblia dá sobre o assunto de divórcio que sujeita ela à regras sem o divórcio ser por ela instigado. O ensinamento que a Bíblia dá é dado para moderar, reprimir e estabelecer ordem no assunto do divórcio, e nunca em nenhum jeito, é dado para mandar que este mesmo venha acontecer. É o homem, por causa da dureza do seu coração, que tem insistido no divórcio. Deus tem se expressado na Bíblia sobre o divórcio para conter as ações do homem e fazendo isso, tem nos dado regras para considerar se a dureza do nosso coração força uma ação além daquela que Deus instituiu.
B. Termos Definidos
Os termos Bíblicos geralmente usados no assunto de divórcio devem ser estipulados de acordo com o significado Bíblico. O que o homem de hoje diz destes termos não pode ser considerado como a última palavra. O que Deus diz e o que Deus significa importa mais do que o homem de hoje diz ou pensa. Isso quer dizer, se é que realmente quer saber a verdade do assunto.
1. Divórcio/Repudiar
No Velho Testamento
Deut 24:1,3, “carta de repúdio”; Jer 3:8; Isa 50:1, “carta de divórcio” vem duma palavra Hebraica significando ‘cortando para separar (do laço matrimonial), divórcio’ (#3748, Strong’s). Essa palavra Hebraica deriva de uma outra palavra hebraica (#3772) que significar ‘cortar; destruir ou consumir’ e usada em Lev 20:5, “extirparei do meio”.
Lev 21:14; 22:13; Num 30:9, “repudiada” vem duma palavra Hebraica significando ‘expulsar, afugentar de uma possessão; especificamente expatriar ou divórcio’ (#1644, Strong’s).
No Novo Testamento
Mat. 1:19, “deixá-la secretamente.”; 5:32; 19:3, “repudiar”, 7, “carta de divórcio”, “repudiá-la”, 8, 9; Mar 10:2, 4, ”repudiar”, 11, 12, “deixar”; Lu 16:18, “deixa”, “repudiada” vem duma palavra grega que significa ‘soltar completamente, por exemplo (literalmente) aliviar, soltar, despedir (reflexivo: sair), ou (figurativo) deixa morrer, perdoar, ou (especificamente) divórcio’ (#630, Strong’s). (Veja também a mesma palavra grega [#630] usada em: Mat. 14:15, “despede”, 22, “despedia”; Lu 8:32, “despediu”).
Mat. 5:31, “carta de desquite”; 19:7; Mar 10:4, “carta de divórcio” vem dum adjetivo grego dando o entender ‘um separatismo; por exemplo (especificamente) divórcio’ (#647, Strong’s).
2. Fornicação/Prostituição
No Velho Testamento
II Cron. 21:11, “corrompessem”, 13, “prostituição”; Isa 23:19, “prostituir-se-á” sendo de uma palavra hebraica que tem como raiz primária a significação ‘de ser bem alimentada e portanto libertino ou devasso. Figurativo significa cometer idolatria’ (#2181, Strong’s).
Eze 16:15, “prostituías-te”; 16:29, “prostituições” vem de uma palavra hebraica significando ‘prostituição por exemplo (figurativo) idolatria e fornicação, prostituição’ (#8457, Strong’s).
No Novo Testamento
Mat. 5:32; 19:9; I Cor 7:2, “prostituição” Essa palavra grega é usada na suas formas em I Cor 5:11; Heb 12:16 como “devasso” significando ‘vender (traficar); um prostituto’ (#4205). Ver também os usos em I Cor 6:18; Mat. 15:19.
3. Adultério
No Velho Testamento
Todos os usos das palavras: “adultérios” (Jer 13:27), “adulterar, adulterado, adúltero e a adúltera” (Lev 20:10) vem da palavra hebraica que significa ‘cometer adultério; figurativo apostatar’ (#5003, Strong’s).
No Novo Testamento
Todos os usos das palavras: “cometa adultério” (Mat. 5:32; 19:9; Mar 10:11); “adultera” Mat. 12:39; “adúlteros” Lu 18:11, etc., vem de uma palavra grega que significa ‘um(a) amante; figurativo um(a) apóstata ou renegado(a)’ e no seu uso significa ‘cometer adultério’ (#3432, Strong’s). Nota que esse uso é tanto literal quanto mental (Mat. 5:28).
Resumindo podemos entender que divórcio é sério e é uma cessação completa de uma prévia relação, um seccionamento ou divisão em duas partes. A falta do uso de uma palavra ‘separação judicial’ ou equivalente, significa, biblicamente, que o casal está casado ou não esta, não tendo um meio termo que pode permitir algo menos sério. Podemos resumir também que as causas do divórcio são os pecados sexuais e não inconveniências quaisquer.
Quando a Bíblia usa os termos acima citados e definidos é importante lembrar as suas colocações. Não é edificante embutir o significado atual nos dias de hoje quando tratamos dos assuntos bíblicos. O ue podemos aprender disso tudo é que o sexo e a relação de casamento é sagrada e preciosa diante de Deus. Ele que fez o homem e a mulher é também o que instituiu o casamento. “Era muito bom” (Gên. 1:31) , é “venerado” e “sem mácula” (Heb 13:5) dentro das qualificações que Deus estabeleceu. Qualquer coisa fora, seja praticado literalmente ou só no coração do homem, é abominação diante de Deus e traz sérias conseqüências aos que se dão “à prostituição” e adultério (Heb 13:5).
“Venerado seja entre todos o matrimônio ...aos que se dão à prostituição, e aos adúlteros,
Deus os julgará.” Hebreus 13:4
C. Entre Os Crentes
I Cor 7:10-11
1. Nenhum divórcio - “não se aparte ... não deixe” A intenção de Deus, no princípio, intenta um mandamento que não permite divórcio entre os casais crentes. O propósito de Deus é que “apegar-se” de um ao outro (Gên. 2:24; Mat. 19:8; Mar 10:2-12 “ao princípio”). Esta intenção se vê em I Cor 7:10,11 quando Paulo repete as instruções de Jesus e diz “mando, não eu mas o Senhor”. Para crentes, divórcio não é opção. Entre os crentes o divórcio é pecado (Mat. 5:32; 19:9; Lu 16:18).
2. Se Divorciar - “fique sem casar”
“Se, porém, se apartar” há o mandamento de ficar sem casar. Os crentes que se divorciam não tem opção de casarem-se outra vez a não ser com o cônjuge com quem se divorciou. Lembrando do significado das palavras associadas com “divórcio” ( no Velho Testamento: ‘cortando para separar’ e no Novo Testamento: ‘soltar completamente”) devemos entender que pessoas divorciadas não são casadas mais. A primeira relação já foi dividida, partida, despedida, cortada. Há os que dizem que, nos olhos de Deus, os divorciados ainda estão casados. Não é a verdade nem a linguagem bíblica. Deus diz que os divorciados, para entrar numa relação de matrimonio outra vez precisariam de se casar. Quer dizer, não se casando outra vez um com o outro para consertar a situação, não são casados mais; ou melhor, divorciado significa não ser casado nunca mais. Os crentes que se divorciam, devem ficar nessa condição de ser não casados.
3. Objetivo é reconciliação - “ou que se reconcilie”
Entre os casais crentes há a obrigação de reconciliar um com o outro. Para ter reconciliação tem que ter confissão dos erros que trouxe a desgraça de divórcio. A confissão necessita a ação de perdão. Entre crentes que conhecem o perdão de Cristo, essa não deve ser uma barreira. Se for, lembra que Deus nos perdoará “assim como nós perdoamos aos nossos devedores” (Mat. 6:12).
Razões porque os crentes devem facilitar a reconciliação entre si:
Tem o exemplo de Cristo com a Sua Igreja (Efés 5:24,25)
Tem o Espírito de Deus intercedendo por eles (Rom 8:26,27)
O Espírito Santo guia em toda a verdade (João 16:13)
O Espírito Santo está transformando os crentes mais a imagem de Cristo (Rom 8:29; Prov. 4:18)
Conhecem o perdão de Deus que é exemplo em perdoar os outros (Efés 4:32)
Há poder sobre a carne (Rom 7:25), do pecado (Heb 7:25), do mal (Col. 2:15; Heb 2:114) e do mundo (João 16:33) enquanto os de fora não tem a mente de Cristo (Rom 2:14-15).
Vendo a possibilidade e a obrigação da reconciliação entre os crentes podemos entender as conseqüências quando crentes se casam outra vez com outro além daquele com qual deve se reconciliar. Podemos entender melhor a razão de Jesus dizer que se casarem com outro é verdadeiramente adultério (Mat. 5:32; 19:9; Mar 10:11,12; Lu 16:18). Já divórcio entre os crentes é desobediência (“não se aparte”) e a situação piora muito quando há casamento outra vez. Isso já é adultério e tem o julgamento de Deus (Heb 13:4).
“Portanto guardai-vos em vosso espírito, e não sejais desleais.” Malaquias 2:16
5. A Exceção
Mat. 5:32, “a não ser por causa de prostituição”
Lembre o fato que, entre crentes, há mandamento de “que a mulher não se aparte do marido” e “que o marido não deixe a mulher” (I Cor 7:10,11). Este mandamento é de Deus desde o princípio. (Mat. 19:4-8). O propósito que Deus tem para o casal é suficiente para que nenhum casal crente considere divórcio viável entre eles pois eles, como salvos, tem o desejo de agradar Deus acima de qualquer inconveniência humana. As inconveniências humanas que causam qualquer obra da carne (Gal 5:19-21) são oportunidades para o crente mostrar o amor real (I Cor 13:4-8) ao seu cônjuge crente. Reconciliação e paz são os objetivos (I Cor 7:11, 15). O Espírito Santo operando a Palavra de Deus dentro das vidas do casal, que tem o exemplo particular de Cristo nas suas vidas, faz com que a paz verdadeira possa ser uma linda realidade onde a carne tem sido manifesta.
Há uma razão, e uma razão só, que permite o crente divorciar o seu cônjuge crente. Esta razão é a prostituição Mat. 5:32; 19:3-9 (#2181 e #8457 no hebraica, #4202 no grego, Strong’s - o pecado sexual que inclui entre outros pecados sexuais o adultério, incesto e a homosexualidade - Jer 3:1; I Cor 5:1; Judas 7). Deve ser lembrado que “prostituição” no significado original era uma larga escala de pecados sexuais que incluía incesto (I Cor 5:2), homosexualidade (Judas 7) e adultério (Jer 3:1). Qualquer coisa sexual que quebrava a confiança e o companheirismo entre o casal era “prostituição”. A “prostituição” era o pecado. A quebra de confiança das promessas do casamento era o resultado desta fornicação e essa quebra é entendido pelo termo: “adultério”.
Divórcio não é permitido só no caso de adultério (que é o resultado do pecado de prostituição), mas por causa de prostituição (que biblicamente é pecado sexual qualquer). Três pontos devem ser lembrados quando trata divórcio entre os crentes
1. O divórcio não é mandamento. Ao casal crente que tem o pecado de fornicação no casamento não é mandado que se divorciem. Se tiverem arrependimento verdadeiro, perdão é necessário (Lu 17:3) e divórcio não é mais assunto.
2. O divórcio é permitido com restrições. A restrição desta permissão é reservada para os que não obedecem os princípios de arrependimento e perdão.
Para ter um divórcio entre um casal crente, um processo jurídico é necessário. Na realidade, um irmão tem que levar o outro “a juízo perante os injustos” no processo de divórcio. Não convém que isso aconteça pois I Cor 6:1-8 não permite os crentes irem “a juízo perante os injustos” pelas demandas que possam ter. A igreja tem autoridade e capacidade de cuidar dos irmãos que negam tratar este assunto, ou qualquer outro, biblicamente em amor (Mat. 18:15-20). O irmão ou irmã que não perdoa seu cônjuge que é verdadeiramente arrependido, ou o irmão ou irmã que verdadeiramente não se arrependa do pecado de prostituição deve ser levado diante da igreja conforme Matéus 18:15-20 ensina. Se a disciplina na igreja acontecer, o desobediente já não é mais considerado irmão ou irmã. Neste caso, o processo de divórcio pode ser levado diante a justiça humana para a sua conclusão pois um crente não está levando um outro crente à justiça. O divórcio é permitido entre crentes com restrições. Estes restrições se vê se além do pecado de prostituição haja falta de arrependimento na parte do culpado ou falta de perdão na parte do ofendido.
3. O divórcio só é por pecado sexual. Os fariseus (Judeus) perguntaram se Jesus ensinava que divórcio podia ser “por qualquer motivo”(Mat. 19:3). Parece que eles estavam trazendo argumentos antigos do tempo de Moisés a Cristo (Deut 24:1-4) para ver o que ele falaria. Cristo deixou claro que a única razão era só “por causa de prostituição” (Mat. 5:32; 19:9). O efeito desta exceção era para ter moralidade entre os casais crentes.
Esta exceção era vista como muito rígida na sociedade dos Judeus no tempo de Jesus (e em nossa de hoje também). Por isso os discípulos reagiram com surpresa (Mat. 19:10). Todavia, apesar daquele que qualquer sociedade pode pensar, há só uma razão que é permitido a desfazer o que Deus tem ajuntado e isto é pecado sexual.
Vendo a posição de Cristo sobre o divórcio podemos entender a seriedade que Deus tem sobre matrimonio e que o assunto de sexo merece uma aténção especial. Moralidade e decência não são opções entre o povo que quer agradar Deus em tudo. A cláusula que consta essa exceção, “não sendo por causa de prostituição”, é dada para deixar ciente que os que passam pelo divórcio fora desse padrão cometem adultério se casarem outra vez. Entendido é então que os crentes que passam pelo divórcio seguindo esse único padrão Bíblico podem ser casados novamente com outro, no Senhor, sem cometer adultério.
“Deus chamou-nos para a paz” I Cor 7:15
D. Entre os Jugos Desiguais I Cor 7:12-17
1. Há um grupo diferente que o grupo dos crentes - I Cor 7:12, “Mas aos outros” (I Ped 3:1)
2. União desigual pode ser abençoada - I Cor 7:14, “santificados ...filhos são santos.” (I Ped 3:1)
3. Divórcio não é mandamento - se descrente consente em habitar, não separa - I Cor 7:12,13 - o crente tem a graça de Deus para suportar as inconveniências - I Cor 10:13; Tiago 4:7 - o crente não deve provocar o divórcio - I Cor 7:14-16; Rom 12:18 4. Divórcio é permitido - se descrente não quer paz - I Cor 7:15, “aparte-se” (palavra imperativa) - o apartar é definitivo. Não fica com restrições nenhuma ao cônjuge anterior - o divórcio traz paz, solução definitiva 5. Reconciliação não é opção - o crente não deve se casar com descrente - II Cor 6:14-18; I Cor 7:39 - I Cor 7:15, “não está sujeito à servidão” -
1). Está livre completamente,
2). Não tem obrigação de continuar - se o crente quer casar novamente com o ex-cônjuge, pode orar pela sua salvação e esperar que esteja salvo.
6. O Divórcio, feito de maneira outra que Bíblica, pode ser perdoado - I Cor 6:10,11 - se o sangue de Cristo lava o pecador de todos os pecados, este pecado é incluído também - Apoc 1:5 - o que Deus perdoa, os crentes e a igreja devem perdoar também - Efés 1:23
Exemplos de perdão por este pecado: Raabe (Josué 6:22-27; Mat. 1:5); Davi e Baté-Seba (II Sam 12:13); a mulher de Samaria (João 4:16-29)
IV. O Novo Casamento
Depois da trauma do divórcio é bom lembrar que nem tudo mudou. A Bíblia e Deus não mudaram. O casamento também continua sendo de Deus uma união divina, perfeita, contratual e o alicerce da sociedade. O propósito de casamento ainda é para companheirismo mesmo que o pecado do homem tem destituído o casamento da honra e das bênçãos que Deus reserva para aqueles que O obedeçam.
Há necessidades tanto pessoais e familiares que continuam depois do trauma do divórcio. O processo de divórcio e tudo que este necessitou não modificou o que o homem, mulher ou as crianças são (I Cor 7:1,2). Mesmo que exista a possibilidade de ter problemas e cicatrizes nas vidas entre os participantes do processo do divórcio, há soluções Bíblicas para que estes problemas não cresçam e piorem. As soluções Bíblicas não visam ignorar o passado mas sim de tratar do que passou para orientar os envolvidos a endireitarem o necessário para poder viver no presente para a glória de Deus.
A. O Novo Casamento na Bíblia
1. Aconselhado
a. “se não podem conter-se, casem-se.” I Cor 7:8,9
b. “as que são moças se casem”, I Tim 5:14 (o contexto é o assunto de viúvas. “Moças” seriam viúvas jovens.)
2. Qualificações gerais
a. “se morto o marido”, Rom. 7:1,2
b. “que seja no Senhor.”, I Cor 7:39
c. “a não ser por causa de prostituição,” Mat. 5:32; 19:9
d. “virgens da linhagem da casa de Israel, ou viúva que for viúva de sacerdote.”, Eze 44:22 (caso especial para sacerdotes. O que é lícito para os outros não é sempre lícito para os sacerdotes.
e. “ou que se reconcilie com o marido”, I Cor 7:10
3. Qualificações especiais
O divórcio Bíblico já tem sido definido antes neste estudo mas recapitular pode ser bom.
Entre os crentes o divórcio pode ser consumado mas isso não é um mandamento. Deve ser lembrado que isso é permitido só se tiver fornicação (Mat. 5:32; 19:9) e isso se não haver um arrependimento verdadeiro. Além do caso de fornicação, não há divórcio Bíblico entre os crentes. Se tiver um divórcio entre os crentes de uma outra maneira, que fiquem “sem casar” (I Cor 7:11) ou podem casar outra vez se isso for com o primeiro cônjuge (“ou que se reconcilie com o marido” I Cor 7:11). Entre os de um jugo desigual o divórcio é permitido se ao cônjuge descrente não é contente habitar com o cônjuge crente e “se apartar, aparte-se”. Neste caso o crente não tem obrigação mais com o primeiro cônjuge pois “não está sujeito à servidão” mais (I Cor 7:15). O crente está livre para se casar outra vez ‘no Senhor’ (I Cor 7:39). Resumindo:
a. Se for um divórcio Bíblico
I Cor 7:12-16, “não está sujeito à servidão” I Cor 7:27,28, “Mas, se te casares, não pecas;” I Cor 7:39, “que seja no Senhor”
b. Se não for um divórcio Bíblico
I Cor 7:10,11, “fique sem casar, ou que se reconcilie com o marido” A passagem de Deuteronômio 24:1-4 reforça o fato que o novo casamento só é lícito para reconciliar com o primeiro cônjuge. Se, por acaso, não tem sido assim, depois de um outro divórcio, não é permitido o casamento novamente com o primeiro cônjuge.
B. Considerando as Obrigações
Mesmo que o divórcio pode ser consertado Biblicamente, há responsabilidades com o casamento anterior que continuam mesmo depois o casamento novo.
1. Perdão
Por causa da natureza explosiva do assunto de divórcio há a responsabilidade de o crente procurar perdão entretodos os envolvidos com quem tem entrado em atritos. Fazendo o possível de obter o perdão ajuda muito em sarar as feridas feitas no processo de divórcio. Deve ser enfatizado aqui que mesmo que a Bíblia tem soluções, essa soluções não sobrepõem a justiça humana. Foi Deus que instituiu o governo humano e o crente tem responsabilidade submeter se a ele. Qualquer divórcio deve ser feito judicialmente e qualquer casamento que segue deve também ter o aval da legislação vigente (Rom 13:1-7).
2. Dividas
Se tiver dividas para acertar com familiares com o primeiro casamento, estes devem ser tratados e o tratado cumprido. Em boa fé foram feitas as dividas, em boa fé devem ser pagas. Neste caso produzi frutos dignos de arrependimento.
3. Pensão
Os filhos gerados com o primeiro casamento não devem pagar pelo erro dos outros. Os pais que os trouxeram no mundo tem uma responsabilidade de dar um amparo educacional e alimentício contínuo para os filhos até que estes possam cuidar das suas próprias necessidades.
C. Considerando a Graça
Pelo estudo sobre o divórcio temos visto que o divórcio veio por causa da dureza dos corações dos corações dos homens (Mat. 19:8).
A causa de qualquer divórcio é pecado mas nem todo divórcio é pecado. Há elementos que são vitimas do divórcio e estes não tem culpa, mesmo que sofram muito. Temos visto também que a Bíblia tem ensinamentos sobre o divorcio para moderar o excesso do pecado e para estabelecer ordem. A Bíblia dá muita esperança para os envolvidos no mal do divórcio se estes tiverem um arrependimento verdadeiro. Estes poderão ainda gozar de muitas bênçãos de Deus e é fato que o novo casamento pode ter riquezas divinas. Devemos lembrar o princípio Bíblico “onde o pecado abundou, superabundou a graça” (Rom 5:20). Nas qualificações Bíblicas pode ter uma nova esperança de ter as bênçãos de Deus mesmo que o divórcio tem destruído muitas. Para ter um exemplo Bíblico é só olhar na vida de Davi e Baté-Seba em II Sam 12:13; Sal 51:23. Depois de um casamento indevido, no qual incluiu homicídio, bênçãos de Deus foram conhecidas por eles ainda. Isso em nenhuma maneira diminua a pecaminosidade dos atos, mas contrariamente glorifica o poder e a extensão da graça de Deus!
“Onde o pecado abundou, superabundou a graça” Romanos 5:20
Que Deus possa abençoar através de um claro entendimento do assunto de divórcio entre os crentes para que as feridas do pecado no lar sejam saradas na maneira Bíblica e numa maneira que as vidas possam ser usadas ainda para a glória de Deus enquanto Deus dá vida aqui na terra.
Autor: Pastor Calvin Gardner
Fonte: www.obreiroaprovado.com
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