Texto Áureo:
Colossenses 3:1
Leitura Devocional:
Salmo 19:7-14
Neste estudo nos ocuparemos da mordomia da mente e do espírito. Esses três aspectos de nossa vida estão muito relacionados. Nenhum deles pode existir isoladamente, e cada um afeta profundamente os outros. É do desenvolvimento harmônico desses poderes que vem a nossa felicidade.
1. MORDOMIA DA MENTE
1. A mente humana é um tesouro dos mais preciosos
Às vezes nos achamos pobres, sendo possuidores de um corpo tão maravilhosamente feito e de uma mente capaz das mais elevadas realizações! Somos ricos, riquíssimos mesmo, e devemos usar, como mordomos fiéis, esta riqueza que não se conta em dinheiro, mesmo porque ultrapassa tudo o que o dinheiro possa comprar.
Tomemos, por exemplo, uma atividade da mente - a memória. Por ela armazenamos uma multidão de fatos e coisas. Não é algo para render graças a Deus, esta capacidade que temos de guardar cada dia as informações e experiências recebidas, para depois de dezenas de anos, voltarmos a este depósito, abrirmos-lhe a porta e vivermos de novo a experiência que ali ficou guardada por tanto tempo?
2. Temos o dever de desenvolver nossos poderes mentais
O poder extraordinário da memória, Deus nos entregou, com os múltiplos outros da mente humana, para nosso uso. É nossa obrigação desenvolvê-los, visto que a mente humana tem uma capacidade incalculável de expansão. O crento que não procura crescer mentalmente, adquirir conhecimentos, educar e preparar-se para um serviço maior a Deus e ao mundo, está pecando contra uma das suas mais gloriosas oportunidades. O trabalho de Deus exige mentes vigorosas e bem treinadas.
3. Alguns exemplos bíblicos
Consideremos alguns vultos da Palavra de Deus, e vejamos como se prepararam para o serviço de Deus.
Moisés foi instruído em toda a ciência do Egito, que era a mais adiantada daquele tempo. Quando Deus o chamou, estava preparado para a sua difícil tarefa.
Isaías podia profetizar no palácio real e escrever seu maravilhoso livro porque tinha sido equipado espiritualmente e intelectualmente para esse serviço.
Daniel veio a ocupar a posição privilegiada de vice-rei, porque foi educado com os maiores mestres da Babilônia.
Paulo foi poderoso escritor e pregador, preparado aos pés de Gamaliel, o maior educador dos seus dias.
Um Moisés, um Isaías, um Daniel e um Paulo são, na verdade, produtos da graça de Deus, e não podem ser explicados somente do ponto de vista intelectual. O poder de Deus opera sobre cérebros bem equipados para os misteres que lhes foram confiados.
Para o crente, o desenvolvimento intelectual não é facultativo e sim necessário. Trata-se de um talento que Deus lhe deu, que ele não pode enterrar sem graves prejuízos para si e para o reino de Deus.
Qualquer que seja a tua atividade, meu irmão, mesmo que seja braçal, tens uma mente que precisa ser exercitada para a glória de Deus.
4. Inimigos da mente
Lembra-te dos inimigos da mente que procuram destruí-la e inutilizá-la. A mente deve dominar o corpo, e não o corpo dominar a mente. O corpo é servo da mente e, não, senhor. Não permitas que Satanás a domine. Sansão deixou-se dominar por Dalila. Aos poucos foi cedendo terreno, até que se viu derrotado nas mãos do inimigo. Assim Satanás investe contra nossas mentes com insinuações malévolas. Expulsemo-las antes que elas nos vençam. Um ditado inglês diz que não podemos evitar que um pássaro pouse em nossa cabeça, mas podemos impedir que ele aí faça seu ninho. Conservemos nossa mente sempre provida de alimento próprio - pensamentos nobres, atitudes dignas e desejos puros. "Se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima... Pensai nas coisas que são de cima". Cl. 3:1-2. Este é o melhor antidoto para as investidas do diabo.
Disse alguém que não se pode varrer a escuridão de um quarto, mas pode-se acender a luz e assim afugentá-la. Paulo nos dá uma lista preciosa de atitudes que podemos manter, com as quais encheremos nossa mente de tal forma que não haja nela lugar para qualquer coisa menos digna.
Meditemos nessas atitudes: "Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor nisso pensai". Fl. 4:8.
2. A MORDOMIA DO ESPÍRITO
1. A predominância do espírito
As forças mais poderosas dentro de nós são as de natureza espiritual. Elas é que devem dominar as forças físicas e mentais, e determinar o caráter de nossas ações. No incrédulo domina o corpo, no crente, o espírito. "Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o espírito para as coisas do espírito". Rm. 8:5.
Alguém comparou o corpo, a mente e a alma, às tres divisões do templo judeu. O corpo corresponde ao átrio dos gentios, à parte externa; a mente é o lugar santo, onde os sacerdotes ofereciam sacrifícios; a alma é representada pelo santo dos santos, ou lugar santíssimo, onde o sumo sacerdote penetrava, uma vez por ano, para interceder pelos pecados do povo. Aí se encontrava a arca do concerto, símbolo da presença de Deus.
2. Nosso dever de crescer
Temos o dever de crescer constantemente na graça e no conhecimento de Jesus Cristo, II Pe. 3:18, assim robustecendo nossa alma com os manjares celestiais que o Senhor nos providencia.
Não há poderes, quer do corpo, quer da alma, que se desenvolvam sem exercício continuado e metódico. Se não podemos descurar de nossos poderes físicos e mentais, muito menos podemos fazê-lo com os poderes espirituais. Seria uma anomalia encontrar crentes de físico forte e mente bem treinada cujas almas vivessem raquíticas, por falta de alimento adequado e suficiente. A verdade é, porém, que encontramos crentes cujo crescimento espiritual está em desproporção flagrante com o crescimento físico e mental. Todos temos de lutar contra a tentação de negligenciar o alimento que vem do céu, o tônico fortalecedor da nossa vida espiritual.
3. Recursos à nossa disposição
Deus colocou à nossa disposição recursos abundantes para o nosso desenvolvimento, dentre os quais salientamos três: o estudo da Bíblia, a prática da oração e uma vida de serviço na causa do Mestre.
1. A Bíblia - Manancial perene de inspiração e fonte inesgotável de poder para retemperar a alma do crente, ela deve ser procurada cada dia. Seus ensinos são para o nosso coração "mais doces do que o mel e o licor dos favos...e em os guardar há grande recompensa:. Sl. 19:10-11.
2. A oração - Que mordomo, desejoso de fazer a vontade de seu senhor, não o procura para resolver problemas, para traçar planos, para ouvir seus conselhos, para palestrar sobre interesses comuns? Deixaríamos nós, mordomos do Rei eterno, de confabular com ele sobre os interesses do seu reino? Deixaríamos de buscar sua orientação sábia e segura para nos desempenharmos galhardamente na nossa mordomia?
3. O serviço - Em geral costumamos considerar os benefícios que recebemos como resultado da nossa aceitação de Cristo. Deveríamos antes pensar nos benefícios que podemos trazer aos outros, pelo fato de sermos crentes. Pedro diz que a nossa vida, antes da experência redentora, era uma vida vã, fútil e vazia de significação. II Pe. 1:18.
Cristo transformou-nos e assim nós que, como Onésimo, éramos outrora inúteis, nos tornamos muito úteis, Fm. 11. Nossa vida agora tem um propósito, um objetivo - vivemos para servir aquele que nos resgatou pelo preço do seu sangue.
Não há privilégio maior que o de trabalhar na seara divina. Seres imperfeitos, cheios de limitações, somos convidados a cooperar numa obra de valor eterno, que influencia as vidas neste mundo e pela eternidade em fora.
Os psicólogos modernos têm verificado que a grande necessidade de homens e mulheres, com problemas de toda sorte é lançarem-se de corpo e alma ao serviço de uma causa nobre. Para os problemas da personalidade, Jesus já tinha a solução que os psicólogos hoje procuram, quando disse: "Aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á", Mt. 16:25. O homem que quiser uma vida normal e feliz, tem de vivê-la com a mente voltada para fora, e não para dentro de si mesmo. Toda a espécie de infelicidade é causada pelo egoísmo. Quando o homem coloca Deus e o próximo como objetos de sua atenção, quando se dispõe a "perder" a sua vida num serviço alegre e desinteressado, há de descobrir a chave que abre as portas de uma vida feliz. Crentes-problema se transformarão em crentes-bênção no dia em que lançarem mão do arado, conservando os olhos fitos em Jesus, autor e consumador da fé, Hb. 12:2.
4. Saúde espiritual
Existem certos elementos essenciais à saúde do corpo, chamados vitaminas. A ciência descobriu que a falta dessas vitaminas no organismo, produz certas deficiências, que podem ocasionar graves males ao corpo humano. Por isso, quando o médico verifica certos sintomas no doente, receita vitaminas para corrigir o mal.
Da mesma forma existem enfermidades da alma, que são provocadas pela falta de certos elementos na vida do crente. O crente deve orar ao Médico divino, que o ajudará a descobrir a causa da sua fraqueza espiritual, e como corrigi-la.
Na medicina, as vitaminas são conhecidas pelas primeiras letras do alfabeto. Na medicina da alma, as vitaminas vão até à ultima letra.
Examine a lista abaixo, veja qual a sua carência, e tome diariamente as vitaminas que Deus lhe indicar, quando de suas orações a ele:
A mor - Rm. 13:8
B ondade - Rm. 12:20
C onsagração - Rm. 12:1
D iligência - Pv. 22:29
E ntusiasmo – Is. 41:6
F é – Mc. 11:22
G ratidão - Sl. 116:12
H umildade - I Pe. 5:6
I ntegridade - Dn. 1:8
J ovialidade – Fl. 4:4
L ealdade - I Cor. 4:2
M ansidão – Sl. 37:11
N obreza – At. 17:11
O bediência - I Sm. 15:2
P ureza – Pv. 22:11
R etidão – Sl. 119:1
S antidade – Hb. 12:1, 12-14
T rabalho – Mt. 21:28
U nião – Cl. 2:2
V isão – Jl. 2:28
Z elo - II Cor. 9:2
PERGUNTAS PARA REVISÃO
1. Qual é o dever do crente em relação aos seus poderes mentais?
2. Discorra sobre os inimigos da nossa mente.
3. Mencione alguns recursos à nossa disposição para nos desenvolvermos espiritualmente.
4. Tente recordar-se dos elementos necessárias à nossa saúde mental e espiritual. Se possível, mencione as passagens.
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Autor: Walter Kaschel
Tradução: David A Zuhars
Fonte: www.obreiroaprovado.com